Por Que Meu Duolingo Tá Só o Osso?
Depois de muito tempo usando, abandonei o Duolingo. E eu quero te mostrar o porquê.
O Duolingo é um dos apps mais bem feitos de todos.
Sério, ele é muito fácil de usar, é todo colorido e usar o aplicativo é no geral é uma experiência agradável.
Além disso, ele te ajuda no seu desenvolvimento de idiomas, tem personagens bonitinhos e você tem vários jogos interativos que envolvem as palavras.
Com certeza a melhor forma de aprender os idiomas… certo?
Então, depois de quase um ano de streak aprendendo espanhol, eu senti que não tava fluindo bem e decidir parar com o Duolingo — e foi aí que eu refleti sobre e cheguei a algumas conclusões.
Na edição de hoje eu quero trazer 3 lições que me fizeram parar com o Duolingo.
Disclaimer: 1 é Melhor que 0
Antes de começar a falar um pouco sobre os problemas do Duolingo, eu queria falar um pouco sobre os benefícios.
É incrível hoje em dia nós termos um aplicativo no celular que deixa nós estudarmos qualquer língua que quisermos, por mais distante ela seja da nossa realidade. Sua praticidade é algo que nenhum outro cursinho de inglês consegue ter.
Quer aprender algumas palavras em japonês? Só baixar o Duolingo.
Quer ouvir a pronúncia de cores em alemão? Duolingo.
Você tá só curioso pra saber como falar “Bom dia” em mandarim se um chinês vier falar com você amanhã? O Duolingo te salva nessa.
Só que depois de uma análise você percebe que, ao longo prazo e pra um entendimento profundo da língua, o Duolingo não serve tanto assim.
E trazer isso é o meu objetivo de hoje.
Contexto do Duolingo X Contexto Real
Imagine o seguinte cenário: Você com seu streak de 500 dias em alemão no Duolingo está em Berlim e vai comprar um café.
A atendente da cafeteria pergunta se você quer canudo.
Pra sua surpresa, não aparece 3 opções embaixo no seu campo de visão pra escolher uma das palavras pra significar canudo. Você trava e ela joga o café na sua cara (essa parte é capaz de não acontecer).
A forma como você pratica no Duolingo quase nunca vai servir pra um contexto real como esse.
Sim, tem algumas atividades que possuem o contexto ideal, como aquelas de pronúncia e escuta que são muito importantes. Só que mesmo essas não replicam fielmente como funciona falar uma língua.
Você não vai ouvir alguém na rua e apertar no botão de tartaruga pra ela falar mais devagar.
O contexto e a forma de praticar importam.
Direcionamento
Certa vez eu tava vendo um vídeo no Youtube que me impressionou.
Era de uma mulher que tava aprendendo japonês, só que o interessante era a forma de aprendizado — ela via anime.
Por quê? Porque o objetivo dela era ver anime sem legenda.
Simples assim. Não tem muito segredo. O objetivo dela era aprender japonês pra ver anime sem legenda, e ela fez o que queria aprender: ver anime.
Isso é muito importante principalmente quando a gente tá planejando nosso estudo. Saber o que queremos aprender é tão importante quanto aprender em si. E isso o Duolingo não traz com tanta habilidade, já que você sempre começa do básico, com as mesmas palavras de sempre.
Tudo envolve o seu objetivo maior, e a partir dele você vai afunilando pra eliminar distrações e aprender somente aquilo que você quer.
Dica: Tente fazer esse objetivo ser o mais específico possível.
Por exemplo: Você quer aprender alemão, certo? Pra quê? Pra falar alemão ou ouvir? Em que contexto? Qual a parte da língua?
Se eu fosse aprender alemão, eu focaria principalmente nas palavras que focam na indústria farmacêutica, já que esse é o meu interesse.
Faça isso no próximo idioma que você for aprender, e veja ficando mais fácil e mais divertido de aprender.
Repetição e Feedback
Essa lição casa um pouco com a última lição.
Durante meu aprendizado de espanhol no Duolingo, eu já devo ter falado 1827428537 vezes a frase “Yo soy una niña”.
Muito legal, né? A repetição é um dos pilares da aprendizagem. Só tem um pequeno detalhe: Eu não sou uma niña.
Depois de você tiver um direcionamento no que você quer entender daquele idioma, é muito importante você repetir constantemente aquilo que importa, e não repetir tanto as coisas de menor importância.
É legal eu saber como fala Yo soy una niña, mas eu não preciso falar isso toda vez que eu abro o app. E isso é uma das coisas que o Duolingo mais peca — seu algoritmo de repetição é sempre o mesmo e não é pensado pro seu interesse.
Outra coisa que é muito importante: No Duolingo se eu erro uma palavra eu perco um coraçãozinho e depois repito ela, certo? E depois tem uma atividade que compila todos os erros que eu tive. Mas assim que eu acerto nessa atividade, essas palavras voltam a ser comuns.
O feedback é a alma da aprendizagem dos idiomas, e somado à repetição consegue trazer muitos benefícios pra quem tá aprendendo.
O Duolingo até tenta, mas existem outras formas bem melhores de feedback e repetição.
Conclusão
E chegamos ao fim da newsletter! Obrigado por ter lido até aqui.
Se você leu até o final deve tá achando que eu odeio o Duolingo — mas não é bem assim.
Eu ainda considero ele uma forma muito legal de aprendizado que usa gamificação (que é outro assunto que é muito importante e eu posso até falar mais sobre) e torna toda a experiência muito menos cansativa do que um cursinho qualquer.
Porém a longo prazo, talvez não seja a melhor opção.
As lições que eu falei sobre aqui caso implementadas em outra forma de aprender potencializam muito mais o aprendizado de idiomas em relação ao Duolingo — quem sabe até no mesmo período de tempo.
Mais pra frente devo falar mais sobre essas práticas.
Aproveita e comenta aqui embaixo o que achou do assunto. Concorda com minha opinião? me conta!
Vou ficando por aqui, até a próxima!
Eu sentia muito isso no começo mas agora que eu conseguiu chegar no B1 do inglês no app ele ficou mais desafiador então voltei a gostar !